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Friday, March 03, 2006

CAPELANIA HOSPITALAR - MODULO II - O Visitador, sua Função e suas Atividades


MODULO II
O VISITADOR, SUA FUNÇAO E SUAS ATIVIDADES
Rev. Eudoxio Santos


Assuntos que devem ser avaliados com respeito ao trabalho com os enfermos:

* O hospital é uma instituição que busca uma cura física. Temos que respeitar o ambiente, a estrutura hospitalar e trabalhar dentro das normas estabelecidas. Como evangélicos a Constituição Brasileiro nos da direitos de atender os doentes, porém não é um direito absoluto. Devemos fazer nosso trabalho numa forma que não atinga os direitos dos outros.

* Como é que você encara uma doença ou o sofrimento humano? Tem que avaliar suas atitudes, seus medos, suas ansiedades, etc. Nem todos podem entrar numa enfermaria ou visitar um doente no lar, porque não é fácil lidar com situações que envolve o sofrimento humano.

* Quando visitamos os enfermos devemos estar atentos aos sentimentos e preocupações deles. Nossa agenda precisa priorizar os assuntos que eles desejam abordar.

* Como crente em Jesus temos algo que todos desejam: esperança. Deve expressar esta esperança de maneira realística e com integridade. Tenha cuidado com promessas feitas em nome de Deus. Podemos levar palavras seguras, mas devemos evitar a criação de uma esperança falsa.

* Observar e respeitar as visitas de outros grupos. Faça seu ministério sem competir ou entrar em conflitos. Seja uma boa testemunha.

* Saiba utilizar bem nossos instrumentos de apoio que são: oração, a Bíblia, apoio da igreja, e a esperança em Jesus Cristo, o Médico dos Médicos.

* Ore e confie no Espírito Santo para lhe ajudar.

* Aprenda os textos Bíblicos apropriados para usar nas visitas hospitalares ou nos lares dos enfermos.

*Aprenda algumas normas, regras, e orientações para visitar os enfermos.


A Prática
Como capelão por mais de 20 anos do Hospital Presbiteriano Dr. Gordon, procurei desenvolver um ministério prático de visitação. Este projeto de Voluntários para a Capelania do Hospital que segue representa o aprendizado da teoria que foi confirmada e ampliada na prática. Cada experiência de Capelania Hospitalar ou cada visita aos enfermos são experiências distintas. Porém, os princípios, os valores, as regras, e as normas são semelhantes e válidos para todos os casos.

1. Como criar seu espaço de trabalho:
* Entender seu propósito
* Ganhar seu direito
* Trabalhar com equipe médica

2. Deve:
* Identificar-se apropriadamente.
* Reconhecer que o doente pode apresentar muita dor, ansiedade, culpa, frustrações, desespero, ou outros problemas emocionais e religiosas. Seja preparado para enfrentar estas circunstâncias.
* Usar os recursos da vida Cristã que são: oração, Bíblia; palavras de apoio, esperança, e encorajamento; e a comunhão da igreja. Se orar, seja breve e objetivo. É melhor sugerir que a oração seja feita. Uma oração deve depender da liderança do Espírito Santo, levando em consideração as circunstâncias do momento, as condições do paciente, o nível espiritual do paciente, as pessoas presentes, e as necessidades citadas.
* Deixar material devocional para leitura: folheto, Evangelho de João, Novo Testamento, etc.
* Visitar obedecendo as normas do Hospital ou pedir de antemão, se uma visita no lar é possível e o horário conveniente.
* Dar liberdade para o paciente falar. Ele tem suas necessidades que devem tornar-se as prioridades para sua visita.
* Demonstrar amor, carinho, segurança, confiança, conforto, esperança, bondade, e interesse na pessoa. Você vai em nome de Jesus.
* Ficar numa posição onde o paciente possa lhe olhar bem. Isto vai facilitar o diálogo.
* Dar prioridade ao tratamento médico e também respeitar o horário das refeições.
* Saber que os efeitos da dor ou dos remédios podem alterar o comportamento ou a receptividade do paciente a qualquer momento.
* Tomar as precauções para evitar contato com uma doença contagiosa, sem ofender ou distanciar-se do paciente.
* Aproveitar a capela do hospital para fazer um culto. Se fizer um culto numa enfermaria pode atrapalhar o atendimento médico de outros pacientes ou incomodá-los. Deve ficar sensível aos sentimentos e direitos dos outros.
* Avaliar cada visita para melhorar sua atuação.

3. Não deve:
* Visitar se você estiver doente.
* Falar de suas doenças ou suas experiências hospitalares. Você não é o paciente.
* Criticar ou questionar o hospital, tratamento médico e o diagnóstico.
* Sentar-se no leito do paciente ou buscar apoio de alguma forma no leito.
* Entrar numa enfermaria sem bater na porta.
* Prometer que Deus vai curar alguém. As vezes Deus usa a continuação da doença para outros fins. Podemos falar por Deus, mas nós não somos o Deus Verdadeiro.
* Falar num tom alto ou cochichar. Fale num tom normal para não chamar atenção para si mesmo.
* Espalhar detalhes ou informação íntima ou o paciente. Pode orienta-los, mas deixe eles tomarem as decisões cabíveis e sobre o paciente ao sair da visita.
* Tomar decisões para a família ou o paciente. Pode orienta-los, mas deixe eles tomarem as decisões cabíveis e sob a orientação médica.
* Forçar o paciente falar ou se sentir alegre, e nem desanime o paciente. Seja natural no falar e agir. Deixe o paciente a vontade.

Numa visita hospitalar ou numa visitação em casa para atender um doente, sempre observamos vários níveis de comportamento. Cada visita precisa ser norteada pelas circunstâncias, os nossos objetivos ou alvos, e as necessidades da pessoa doente.

As perguntas servem como boa base para cultivar um relacionamento pessoal. As perguntas foram elaboradas pelo Dr. Roger Johnson num curso de Clinical Pastoral Education em Phoenix, Arizona, EUA . Dr. Johnson nos lembra que há perguntas que devemos evitar. Perguntas que comecem com "por que" e perguntas que pedem uma resposta "sim"ou "não" podem limitar ou inibir nossa conversa pastoral. Segue uma lista de perguntas próprias. A lista não é exaustiva e as pessoas podem criar outras perguntas. A lista serve como ponto de partida para uma conversa pastoral.
* O que aconteceu para você encontrar-se no hospital?
* O que está esperando, uma vez que está aqui?
* Como está sentindo-se com o tratamento?
* Como está evoluindo o tratamento?
* O que está impedindo seu progresso?
* Quanto tempo levará para sentir-se melhor?
* Quais são as coisas que precipitaram sua enfermidade?
* Ao sair do hospital ou se recuperar, quais são seus planos?
* Como sua família está reagindo com sua doença?
* O que você está falando com seus familiares?
* O que seus familiares estão falando para você?
* O que você espera fazer nas próximas férias (outro evento ou data importante)?

Os enfermos passam por momentos críticos. Devemos ficar abertos e preparados para ajudar com visitas e conversas pastorais. Os membros de nossas igrejas podem atuar nessa área. Uma visita pastoral ou conversa pastoral serve para dois aspectos de nossa vida.

Primeiro, uma visita demonstra nossa identificação humana com o paciente. Como ser humano nós podemos levar uma palavra de compreensão, compaixão, amor, solidariedade e carinho. Segundo, na função de uma visita ou conversa pastoral representamos o povo de Deus (Igreja) e o próprio Deus na vida do paciente. Assim, levamos uma palavra de perdão, esperança, confiança, fé, e a oportunidade de confissão. O trabalho pastoral visa o paciente como um "ser humano completo, holístico" e não apenas como um corpo ou um caso patológico para ser tratado.

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