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Friday, March 03, 2006

CAPELANIA HOSPITALAR - MODULO III - A Visita, suas Regras e sua Prática

MODULO III
A VISITA, SUAS REGRAS E SUA PRÁTICA
Rev. Eudoxio Santos


1. Dez maneiras de tornar agradável a visita ao Hospital.
Sugestões a serem consideradas ao visitar alguém no hospital.
· A permanência no hospital pode ser uma experiência de isolamento e desumanização. A privacidade e a modéstia são considerações importantes que precisam ser respeitadas. Lembre-se de que durante toda a hospitalização, o quarto do paciente é o seu local de dormir. Este espaço deve ser tratado com o mesmo respeito que a sua casa. Não hesite em perguntar se não estiver certa do que é apropriado ou do que pode perturbar o paciente. Não sente na cama, a não ser que seja convidada a isso. Mesmo assim, tenha cuidado para não interferir com qualquer tratamento ou exigências de isolamento, Lembre-se de que uma infecção que você nem notou pode ser fatal ao paciente que tiver imunodeficiência.
· Seja amável com a equipe do hospital e respeite as normas estabelecidas.
· Faça com que a sua visita ajude o paciente de modo significativo para ele no momento. Peça sugestões se tiver dúvidas. A simples disposição de passar tempo com alguém hospitalizado é um dom precioso. A duração de sua visita deve ser apropriada à situação do paciente. Não demore demais. Várias visitas podem ser menos cansativas para alguém que está muito doente. As visitas mais demoradas ajudam a passar o tempo para os pacientes ativos confinados ao leito ou ao quarto numa hospitalização prolongada.
· Pergunte ao paciente/família qual a melhor hora para uma visita. Você talvez possa fazer companhia a ele num horário em que os membros da família não tenham condições de fazê-lo. Desse modo estará ministrando tanto ao paciente como aos que cuidam dele.
· Presença silenciosa e ouvir em silêncio são maneiras poderosas de apoiar alguém que está doente. Procure observar seus sinais de fadiga ou desconforto.
· As atividades podem tornar-se diversões esplêndidas. Um piquenique os desta de aniversário no saguão pode reanimar o doente. Quer seja uma ocasião particular compartilhada com a família ou um convite aberto para todo andar, certifique-se de informar a equipe do hospital sobre todos os preparativos. Planos cuidadosos talvez tenham de ser montados de acordo com o regime ou nível de energia do paciente. Um pouco de criatividade quase sempre ajuda muito a tornar a ocasião uma lembrança muito especial para todos os envolvidos.
· Manter contato com a família e os amigos é importante para os hospitalizados. Quando, porém, você está doente e sofrendo, a menor tarefa é um sacrifício - por mais que deseje o contrário.
· Se possível leve o paciente para uma visita fora do hospital. Sol e ar fresco podem ser terapêuticos. Isso ajudará os doentes a longo tempo a manterem contato com a natureza e o mundo fora do hospital.
· Empenhe-se para que o paciente receba o jornal diariamente. Se necessário, leia-o para ele todos os dias. Tome cuidado para anotar itens que possam ser de particular interesse do paciente ou algo que ele queira acompanhar. Tome tempo para discutir pontos de interesse do paciente. Você está dando a ele uma oportunidade de interagir com o mundo fora de sua cama do hospital. Estão também reforçando a sua individualidade e propósitos, coisas que se perdem facilmente durante uma hospitalização prolongada.
· Ajude alguém do hospital nos de eleição. Cédulas para confirmar a ausência podem ser obtidas na cidade de origem do paciente.

2. Normas práticas para a Visitação Hospitalar.
· Não entre em qualquer quarto ou apartamento sem antes bater na porta.
· Verifique se há qualquer sinal expresso de: "proibido visitas"
· Respeite sempre o horário pré-estabelecido para sua atuação.
· Observe se à luz está acesa e a porta do quarto fechada. Em caso de positivo, espere que o doente seja atendido pela enfermeira ou médico, antes de você entrar.
· Tome cuidado com qualquer aparelhagem em volta da cama. Evite esbarrar na cama ou sentar-se nela.
· Avalie a situação logo ao entrar, a fim de poder agir objetivamente quanto ao tipo e duração da visita. (Se o paciente está disposto, indisposto).
· Procure se colocar numa posição ao nível visual do paciente, para que ele possa conversar com você sem se esforçar. Em quartos onde há mais enfermos, cumprimente os outros, mas se concentre naquele com quem você deseja conversar.
· Fale num tom de voz normal. Não cochiche com outras pessoas no quarto. Também não é conveniente gritar na hora da oração.
· Se a pessoa ainda não o conhece, apresente-se com clareza.
· Deixe com o doente a iniciativa do aperto de mão e faça-o com clareza.
· Dê prioridade ao atendimento dos médicos e enfermeiras, assim como no horário das refeições, saia do quarto.
· Ao contemplar alguém sofrendo, lembre-se de que as reações emocionais negativas podem ser detectadas pelo doente e seus familiares. Sem afetações, procure descobrir o que seu tom de voz e sua expressão facial e seus gestos estão comunicando.
· Concentre-se em atender às necessidades daquela pessoa diante de você. Não adianta falar do outro nem de si mesmo.
· Não queira forçar o doente a se sentir alegre, nem o desanime. Aja com naturalidade, pois se você se sentir à vontade ele terá maior probabilidade de ficar à vontade.
· Não dê a impressão de estar com pressa, nem se demore até cansar o doente. Encontre a duração exata para cada situação.
· Não tente movimentar um doente, na cama ou fora dela. Chame a enfermeira se ele o desejar.
· Fique sabendo que os efeitos da dor e dos remédios podem alterar o comportamento ou a receptividade do paciente de um momento para outro.
· Se você mesmo está doente, não faça visitas.
· Utilize os recursos da religião sem constrangimentos, mas com inteligência. Não fira a sensibilidade de um ateu, agnóstico ou comungante de outra religião.
· Lembre-se das regras fundamentais de assistência pastoral:
· O ponto de partida para o seu trabalho é a situação e o estado em que a outra pessoa se encontra.
· Seu objetivo primário é conduzi-la a um estágio de sã condição físico-emocional-religiosa atual.
· Sua contribuição no processo terapêutico é singular e necessário, mesmo que você nem sempre sinta assim.

3. Ajudando através da arte de escutar.
Escutar é uma arte que pode ser desenvolvida. Os princípios abaixo relacionados, se posto em prática, ajudarão você a crescer na arte de escutar e, conseqüentemente, na habilidade de ajudar a outras pessoas.

3.1. Analise sua atitude íntima.
Quais os seus sentimentos em relação à pessoa com quem você está conversando? Você tem algum preconceito em relação a ela? Ela lhe é repugnante? Há hospitalidade entre vocês? Tudo isto vai afetar o significado de que você ouvirá dela. As palavras perdem seu sentido quando nossas emoções não nos permitem escutar com objetividade. Precisamos desenvolver uma atitude de aceitação da pessoa, do que ela diz, sem julgá-la ou condená-la. Não estamos defendendo qualquer posição, mas tentando ouvir os verdadeiros sentimentos de quem fala.

Por outro lado, não devemos insistir para que o entrevistado defenda seu ponto de vista, ou utilize determinado vocabulário ou estilo de linguagem. Não devemos expressar julgamento para não tolher a fluência de seus sentimentos.

3. 2. Preste bastante atenção
Repare o tom de voz. Que estado emocional ele revela? Uma voz baixa, um fala monótona, pode indicar depressão emocional. Falar rapidamente, de forma agitada, pode se uma depressão extrema. Falar depressa e em voz alta pode indicar o efeito de drogas. Você poderá dizer: - "Pela sua voz, tenho a impressão de que você está muito..." Se a pessoa chora enquanto fala, permita-lhe este privilégio.

3.3. Desenvolva a capacidade de avaliar as emoções.
Na linguagem comum, há palavras que expressam emoções diversas: convicção, perturbação, irritação, alegria, felicidade. O tom de voz em que elas são proferidas, lhes dão um significado maior que o dicionário não pode definir. Cabe a nós avaliar este conteúdo emocional da comunicação.

3.4. Reflita as emoções que você está percebendo.
É preciso fornecer ao entrevistado uma "retro visão" das emoções que ele está transmitindo. A pessoa ficará satisfeita se você revelar que entendeu qual o problema dela. Isto não é apenas repetir o que a pessoa já disse, literalmente, mas refletir seus sentimentos com nossas próprias palavras.

3.5. Evite a agressividade.
· Não domine a conversa.
· Quando falamos muito a pessoa se confunde.
· Não discuta nem revele hostilidade ou ressentimento.
· Não tente manipular as pessoas, nem as enganar .

3.6. Evite a passividade e a timidez exagerada.
· Não há necessidade de concordar com tudo o que a pessoa diz.
· É mais importante entender o que ela diz do que criar uma impressão favorável.
· Não é necessário que a pessoa fique totalmente despreocupada. A solução dos problemas vem por meio das tensões.
· Não seja passivo como uma esponja. Demonstre interesses na participação do diálogo. Esteja preparado para responder.
· Não se prenda aos detalhes da conversa. Identifique as informações básicas para compreender o interlocutor.

3.7. Normas para escutar:
· Escutar é um processo. Não é discursar. Você precisa identificar-se com a pessoa que fala.
· Demonstre compaixão e aceitação, ainda que suas convicções pessoais sejam diferentes.
· A pessoa está apresentando um problema que lhe parece insolúvel. Aceite seu estado de confusão e ajude-a observar os diferentes aspectos do problema: sua origem, quem está envolvido nele, possível soluções etc.
· Demonstre amizade e interesse. O problema é grande. Leve a carga com a pessoa até que ela possa levá-la sozinha.
· As vezes, a pessoa tenta diminuir o problema. Isto pode revelar falta de confiança em sua ajuda ou ausência de auto-estima. As vezes, o problema não nos parece sério, mas devemos reconhecer que ele é sério para a pessoa que está sofrendo com ele.
· Procure dividir o problema em várias partes para atacá-las separadamente.
· Dê oportunidade para a pessoa esclarecer sua posição. Isto facilitará a compreensão dos problemas e como solucioná-los.
· Se descobrir contradições na conversa, revele-as à pessoa. Isto a ajudará a se sentir menos confusa e ansiosa.
· Pergunte se ela já enfrentou um problema semelhante no passado. Ela vai recordar que tem habilidade para superar a situação como já aconteceu.
· Discuta as várias alternativas para resolver o problema. Evite conselhos estereotipados. Anime a pessoa a restabelecer relações com pessoas de importância em sua vida (parente, amigos, pastor).
· Evite fazer perguntas com respostas predeterminadas. São mais válidas as perguntas que despertam o sentido do relacionamento.
· Dê ênfase ao tempo presente e objetivo da entrevista. Veja se tem possibilidade de ajudar essa pessoa nessa circunstância, ou encaminhe-a a outra pessoa.
· Não se deve alimentar esperanças infundadas. Evite dizer: "Não se preocupe, está tudo bem".
· Termine a conversa apresentando objetivamente o que deverá ser feito. Deixe a pessoa tomar a decisão adequada e assumir a responsabilidade.
· Admita suas capacidades e limitações, você é humano e finito. Deixe Deus agir onde você é suficiente.

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